sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Os Miseráveis, a emoção de uma superprodução ou a chatice de um filme longo e totalmente cantado?

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Alguns dos musicais mais bem-sucedidos da última década, como “Chicago” e “Mamma Mia!”, conseguiram atrair um público diversificado ao intercalar canções e cenas “normais”, nas quais os personagens apenas dialogam, sem cantarolar. Não é o caso de “Os Miseráveis”, inspirado no romance do francês Victor Hugo, que opta por contar sua história totalmente através da música.
O musical "Os Miseráveis", baseado na obra do francês que foi escrita em 1862, estreou em setembro de 1980 na França com música de Claude-Michel Schönberg e letras em francês de Alain Boublil e Jean-Marc Natel. Foi adaptado para o inglês,chegando a Inglaterra,A peça estreou posteriormente na Broadway e começou a rodar o mundo. É o terceiro musical mais assistido de todos os tempos – só perde para O Fantasma da Ópera e Cats.
A adaptação desse grande sucesso para a tela grande foi dirigida por Tom Hooper de O Discurso do Rei. 
Ambientado na França entre 1815 e 1832, o filme pode ser dividido em duas partes. Na primeira, somos apresentados a Jean Valjean (Hugh Jackman), homem pobre preso por roubar um pão. Após cumprir pena de 19 anos sob os maus-tratos ele obtém liberdade condicional, mas continua marginalizado e impedido de reconstruir sua vida. Sem alternativa, foge, assume outra identidade e, anos depois, torna-se prefeito de uma cidade francesa; Na segunda parte, Valjean volta à condição de foragido, após ser identificado por Javert, que o persegue por toda parte. Dessa vez, ele foge junto com Cosette (Amanda Seyfried), menina que cria como filha desde que a mãe, Fantine (Anne Hathaway), caiu em desgraça nas ruas. Agora uma bela jovem, Cosette se apaixona por Marius (Eddie Redmayne), garoto rico que se finge de pobre para se unir ao movimento que tenta derrubar o rei Luís Filipe.
Os Miseráveis dura 2h40 e é totalmente cantado. Para causar um maior impacto emocional e extrair o máximo dos atores, o diretor Hopper optou que todas as canções fossem interpretadas “ao vivo”, no momento da filmagem – não houve dublagem ou nada pré-gravado. São 50 canções, incluindo uma nova, chamada “Suddenly” (cantada por Jackman), escrita especialmente para o filme – certamente um truque para que o longa não ficasse de fora da categoria de Melhor Canção no Oscar.
Na trilha estão músicas bem conhecidas, como “I Dreamed a Dream” (interpretada por Anne Hathaway, que deve ganhar o Oscar de melhor atriz coadjuvante), “Master of The House” (a parte cômica do filme, a cargo de Sacha Baron Cohen e Helena Bonham Carter), “Stars” (Crowe), "Bring Him Home" (Jackman), “On My Own” (Samanta Barks), “Do You Hear The People Sing” (parte do elenco) e outros. Emotiva, pesada e com uma bela cinematografia, essa adaptação de Os Miseráveis certamente não vai desapontar quem viu a versão teatral.
Agora é bastante provável que a sua apreciação de “Os Miseráveis”, que estreou nos cinemas brasileiros nesta sexta-feira dia 1º, dependa da resposta dada à seguinte pergunta: “Você gosta muito de musicais?”. Se sim, deverá se emocionar com esta superprodução cheia de astros. Se não, fique advertido de que se trata de um filme de 2 horas e 38 minutos no qual praticamente todas as falas são cantadas.


* Trailer de "Os Miseráveis",de Tom Hooper

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