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Alguns dos musicais mais bem-sucedidos da última
década, como “Chicago” e “Mamma Mia!”, conseguiram atrair um público
diversificado ao intercalar canções e cenas “normais”, nas quais os personagens
apenas dialogam, sem cantarolar. Não é o caso de “Os Miseráveis”, inspirado no
romance do francês Victor Hugo, que opta
por contar sua história totalmente através da música.
O musical "Os Miseráveis", baseado na obra do francês que foi escrita
em 1862, estreou em setembro de 1980 na França com música de Claude-Michel
Schönberg e letras em francês de Alain Boublil e Jean-Marc Natel. Foi adaptado
para o inglês,chegando a Inglaterra,A peça estreou
posteriormente na Broadway e começou a rodar o mundo. É o terceiro musical mais
assistido de todos os tempos – só perde para O Fantasma da Ópera e Cats.
A adaptação desse grande sucesso para a
tela grande foi dirigida por Tom Hooper
de O Discurso do Rei.
Ambientado na França entre 1815 e 1832, o filme pode
ser dividido em duas partes. Na primeira, somos apresentados a Jean Valjean
(Hugh Jackman), homem pobre preso por roubar um pão. Após cumprir pena de 19
anos sob os maus-tratos ele obtém liberdade
condicional, mas continua marginalizado e impedido de reconstruir sua vida. Sem
alternativa, foge, assume outra identidade e, anos depois, torna-se prefeito de
uma cidade francesa; Na segunda parte, Valjean volta à condição de foragido,
após ser identificado por Javert, que o persegue por toda parte. Dessa vez, ele
foge junto com Cosette (Amanda Seyfried), menina que cria como filha desde que
a mãe, Fantine (Anne Hathaway), caiu em desgraça nas ruas. Agora uma bela
jovem, Cosette se apaixona por Marius (Eddie Redmayne), garoto rico que se
finge de pobre para se unir ao movimento que tenta derrubar o rei Luís Filipe.
Os
Miseráveis dura 2h40 e é totalmente cantado. Para causar um maior impacto
emocional e extrair o máximo dos atores, o diretor Hopper optou que todas as
canções fossem interpretadas “ao vivo”, no momento da filmagem – não houve
dublagem ou nada pré-gravado. São 50 canções, incluindo uma nova, chamada
“Suddenly” (cantada por Jackman), escrita especialmente para o filme –
certamente um truque para que o longa não ficasse de fora da categoria de Melhor
Canção no Oscar.
Na trilha estão
músicas bem conhecidas, como “I Dreamed a Dream” (interpretada por Anne
Hathaway, que deve ganhar o Oscar de melhor atriz coadjuvante), “Master of The
House” (a parte cômica do filme, a cargo de Sacha Baron Cohen e Helena Bonham
Carter), “Stars” (Crowe), "Bring Him Home" (Jackman), “On My Own”
(Samanta Barks), “Do You Hear The People Sing” (parte do elenco) e outros.
Emotiva, pesada e com uma bela cinematografia, essa adaptação de Os Miseráveis certamente não vai desapontar quem viu a
versão teatral.
Agora é bastante provável que a sua apreciação de “Os Miseráveis”, que estreou nos cinemas brasileiros nesta sexta-feira dia 1º, dependa da resposta dada à seguinte pergunta: “Você gosta muito de musicais?”. Se sim, deverá se emocionar com esta superprodução cheia de astros. Se não, fique advertido de que se trata de um filme de 2 horas e 38 minutos no qual praticamente todas as falas são cantadas.
* Trailer de "Os Miseráveis",de Tom Hooper
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