domingo, 16 de setembro de 2012

Soundtrack: Músicas de bom gosto nos retornos de The X Factor USA e Glee


Na última semana, a Fox trouxe de volta duas atrações para suas telas, direcionadas para a família e falam de música, mesmo em diferentes formatos. O reality show “The X Factor (USA)” garantiu sua segunda temporada após as intensas irregularidades do ano anterior, dessa vez com o objetivo de se tornar o maior programa musical dos Estados Unidos, que já faz sucesso no Reino Unido. Simon Cowell, mente por trás do programa, resolveu renovar a bancada de jurados e trazer as estrelas Britney Spears e Demi Lovato, ao lado dele mesmo e de L.A. Reid.
A empreitada não começou como esperado e a audiência foi bem inferior ao ano passado, talvez por ter concorrido diretamente com outro reality musical, “The Voice”, que já não se apresenta mais como uma grande novidade como foi em seu ano de estreia. O primeiro episódio de “The X Factor (USA)” mostrou todo o potencial de se tornar um vício ao público americano, não apenas por reverenciar uma das estrelas mais consagradas da música pop, Britney Spears, mas por revelar personagens interessantes que tornam impossível desligar antes de terminar.
O profissionalismo de L.A. Reid é encantador, enquanto Simon Cowell continua com seus comentários maldosos. Aliás, é inspirador que  Simon tenha poupado seu ego de showman e transferido todo o alvoroço do programa para Britney. Conhecido por sua insensibilidade, o criador tratou a estrela como a grande atração. Não é para menos, visto o salário de US$ 15 milhões que ela recebeu. A presença da cantora foi questionada devido ao seu próprio talento em saber cantar ou não, mas ninguém melhor do que ela viveu o mercado da música desde criança e sabe o que é preciso para ser uma popstar. Revelando-se mais exigente do que Simon, Britney roubou a cena diversas vezes e fez um bom trabalho.
O carisma de Demi Lovato também tornou o programa catchy. Apesar de ter levado um dos maiores foras da TV americana ao questionar o talento do bizarro Shawn Armenta, a estrela foi responsável pelo momento mais emocionante do episódio quando conheceu a jovem Jillian Jensen, vítima de bullying. O assunto nunca ficará velho e o programa soube como dar destaque à história da garota com muita sensibilidade. É impossível não se emocionar.
Apesar de alguns problemas narrativos, como a rápida ambientação das audições, o descontrole no número de aprovados e reprovados e a captação de diálogos entre os participantes parecerem armadas, o programa teve uma edição inspirada, principalmente ao demonstrar a busca do sonho dos candidatos que se apresentam para os jurados, como as talentosas Paige Thomas, Jennel Garcia e a própria Jillian. Destaque também para a sequência em que Britney Spears coleciona uma série de comentários maldosos sobre os competidores.
O segundo episódio, mais curto que a estreia, manteve o nível de interesse do público em conhecer os cantores. Outro momento de descontração e, mais uma vez focado em Britney, foi quando um fã tentou cantar “Circus” e passou por um constrangimento sem limite. Já o carisma de Jason Brock e sua voz única impressionaram, mas o destaque do episódio foi a jovem Carly Rose Sonenclar, que interpretou a épica música “Feeling Good”, de Nina Simone.
Um novo “Glee” começou
Que “Glee” não é mais o mesmo já é perceptível há algum tempo. Ainda na primeira temporada, o sucesso absoluto fez com que a série se estendesse mais do que deveria. A segunda temporada trouxe roteiros mais inspirados e dramas interessantes, mas, assim como todos os programas criados por Ryan Murphy (responsável por “Nip/Tuck”, “American Horror Story”, “The Glee Project” e o vindouro “The New Normal”), perdeu sua força no decorrer dos episódios. O terceiro ano também voltou com tudo, mas a graduação de alguns personagens pareceu um pouco chata. Ainda assim, a série funciona com brilhantismo para tratar as diferenças e, principalmente, para apresentar aos jovens tanto músicas clássicas quanto fazer releituras de grandes sucessos da atualidade.
A nova temporada prometeu trazer todo um novo cenário para o programa. Com a formatura de boa parte dos integrantes do New Directions, novos núcleos foram criados.O clube Glee agora é bem conceituado e procura membros. Audições são abertas e o destaque fica com a jovem Marley, filha da cozinheira da escola que sofre com os comentários maldosos dos alunos. O episódio, intitulado “The New Rachel”, deixa claro que não vai ser difícil se adaptar à nova integrante, já que a atriz Melissa Benoist é carismática e bastante talentosa. Destaque para “Chasing Pavements”, originalmente interpretada por Adele, e “New York State of Mind”, de Billy Joel.
Enquanto isso, Rachel sofre com a pressão no NYADA, em Nova York, e percebe que todo o seu talento é questionável. Sua nova mentora Cassandra, interpretada pela belíssima Kate Hudson, promete transformar a vida da jovem em um inferno. O ponto mais positivo de todo o episódio é logo no final, quando Kurt muda as expectativas de Rachel em NY.  Além de Hudson, extremamente à vontade para cantar e dançar (mais inspirada do que no filme “Nine”), Whoopi Goldberg continua atrelada ao elenco, que logo mais terá a participação de Sarah Jessica Parker. Se os arcos continuarem dando o tempo correto para trabalhar seus dramas, essa temporada promete ser uma das melhores.
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Diego Benevides é editor-executivo, crítico e colunista do CCR. Jornalista graduado pela Universidade de Fortaleza (Unifor), é pós-graduando em Cinema e Linguagem Audiovisual, especialista em Assessoria de Comunicação, pesquisador em Audiovisual e educador na linha de Artes Visuais e Cinema. Desde 2006 integra a equipe do portal, onde aprendeu a gostar de tudo um pouco. A desgostar também.

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