Antes do início da  2ª temporada de “Spartacus”, do pequeno canal americano Starz, todos os fãs da série já sabiam qual seria o maior desafio da produção a partir de agora: achar um substituto Andy Whitfield, simplesmente o protagonista do show, que infelizmente faleceu no ano passado. Apesar da dificuldade, a produção resolveu apostar em outro ator australiano e manter o mesmo tom em termos de história e visual, e fico feliz em dizer que o resultado foi extremamente positivo.
Quando acompanhei o primeiro ano de “Spartacus”, confesso que demorei um pouco para me acostumar com essa estética de videogame copiada de “300”. A produção também choca um pouco aos desavisados pelo excesso de violência gráfica e cenas de sexo. Como estava acostumado com “Roma”, nada me surpreendeu muito, a não ser o fato de a série ser mais comentada justamente por essas características, e não pela ótima história que trazia. Sim, pois apesar de não trazer nenhuma novidade, o que mais marca em “Spartacus” é justamente a produção competente que fala sobre vingança e liberdade, ancorada por ótimos roteiros e interpretações intensas.
E assim chegamos ao segundo ano. De fato, a primeira coisa que prestamos atenção é no rosto de Liam McIntyre, que agora encarna o escravo que luta pela liberdade e vingança pela morte da mulher. E a sensação é de estranhamento. Apesar de não achar McIntyre tão diferente fisicamente de Whitfield, o que mais faltou foi o carisma que o falecido ator tinha. E McIntyre ainda precisará provar que consegue segurar “Spartacus” sozinho, mas ele não deixou a bola cair e soube conduzir a trama nos momentos dramáticos.
Mas devo dizer que o maior mérito desse primeiro episódio do segundo ano foi dos roteiristas, que souberam manter as mesmas características de Spartacus ao apresentar o novo rosto, além de entregar uma trama ágil e intensa sem parecer forçada. Destaque também para o rumo que outros personagens importantes tiveram, como Crixus e Oenomaus, além da volta de uma das minhas personagens preferidas (não vou estragar com spoilers). Mas certamente o ápice do episódio foi o massacre promovido em um bordel, que resumiu bem as características pelas quais “Spartacus” é tão comentado. Muito sexo e muito, mas muito sangue foram o cardápio do final do episódio.
Assim, “Spartacus” mantém o que teve de melhor do ano anterior. Um ótimo arco dramático ilustrado com muita ação e sensualidade. E que tenha futuro! Alguém gostou do episódio?