terça-feira, 14 de maio de 2013

Somos Tão Jovens, A Cinebiografia que não deu tão certo

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Para quem espera ver o sucesso da Legião Urbana e os dramas vividos por Renato Russo após a descoberta de ser portador do vírus HIV, pode arranjar outra coisa para fazer. “Somos Tão Jovens” se prende ao período da adolescência e início da carreira do cantor na cidade de Brasília. O tédio com a vida sem novidades da capital federal, a descoberta do punk e de bandas como Sex Pistols, a formação do Aborto Elétrico, os questionamentos sobre a própria sexualidade e o caminho que o levaria a formação da banda mais popular do rock nacional são traçados nesta trama que dura entre 1976 a 1982 em Brasília.
Chega a ser irônico que o roteiro sobre a história de um dos maiores letristas da música brasileira, infelizmente, seja tão didático e pouco denso. “Somos Tão Jovens” prefere ser um apanhado desse momento da vida de Renato Russo do que ser um estudo mais complexo do personagem e do cenário onde este cresceu.


Também há certa artificialidade na forma como as canções são inseridas na história, por vezes forçando conexões entre um momento da trajetória do músico e um verso escrito por ele. Há uma cena, por exemplo, em que Renato está entendiado em uma reunião de jovens certinhos, diferentes dele. É a deixa do filme para falar em "festa estranha com gente esquisita", um dos trechos mais conhecidos de "Eduardo e Mônica".
Há ainda o estranhamento causado por Aninha (Laila Zaid), uma das únicas personagens fictícias da trama. Segundo Fontoura o diretor do filme, ela representa amigas e namoradas que o cantor teve durante a adolescência, uma fase em que ainda descobria a sexualidade.
É verdade que o filme pontua as paixões homossexuais do cantor - a principal, por Fávio Lemos, do Capital Inicial -, mas chama a atenção o fato de Aninha, que não existiu, ser mostrada na tela como melhor amiga, base de apoio e grande amor de Renato. Com isso, o filme parece querer seguir uma fórmula mais convencional e capaz de apelar a um público maior.
Há que se reconhecer, porém, que Aninha está no centro do único momento mais emocionante de "Somos Tão Jovens", quando o cantor dedica a ela a canção "Ainda é Cedo". "Uma menina me ensinou quase tudo que eu sei", diz o primeiro verso. Não foi esta menina. Mas, como cinema, funciona.

Ibsen Perucci como Dinho Ouro Preto
O Renato retratado no filme hora lembra Crô (personagem de Marcelo Serrado na novela Fina Estampa) hora lembra Luciano (personagem vivido também por Thiago no longa Dois Filhos de Francisco a biografia gritante de Zezé di Camargo e Luciano ). Apesar da triste e forçada interpretação de Thiago Mendonça a interpretações que de fato salvam o filme,interpretações essas de  Laila Zaid que da vida a fictícia Aninha,o novato porém promissor Ibsen Perucci que dá vida ao coadjuvante,que as vezes chega a ficar maior que o personagem principal, Dinho Ouro Preto o vocalista do Capital Inicial e Edu Moraes que faz uma pequena mas primorosa participação como Herbert Viana.


Porém um dos maiores pecados do filme talvez seja a falta das canções interpretadas por Renato Russo,ouvir e ver Thiago Mendonça dando vida e voz ao mestre da Legião é o que se pode chamar no minimo de "vergonha alheia". 
Com uma produção muito comercial o filme alcançou (até presente momento) a 6ª maior bilheteria desde a volta do cinema brasileiro em 1995,e pode ultrapassar filmes como "Dois filhos de Francisco", "Se eu fosse você" e "De pernas pro ar".

Então se você faz parte dos fãs da Legião que não gostam nem de "homenagens" não vá ao cinema se decepcionar com uma das mais tristes e fracas cinebiografias já feitas em solo tupiniquim. 




                                                      Trailer de "Somos Tão Jovens"



NOTA 6,5


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